Team:Brasil-USP/Practices/WomanInScience/Krissia

Woman in Science

Policy and Practices

Krissia de Zawadzki

    Idade: 26 anos
    Curso atual: Doutorado em Física Teórica (IFSC/USP)

    Krissia, conte-nos sobre sua trajetória acadêmica.
    Entre 2009 e 2012, fiz iniciação científica na área de Processamento de Imagens e Reconhecimento de Padrões. No ano de 2011, tornei-me bacharel em Física Computacional e em 2014 concluí meu mestrado em Ciências pelo Instituto de Física de São Carlos. Como mestranda, elaborei estudos na área de Física da Matéria Condensada, com foco no problema Kondo e no Grupo de Renormalização Numérico (GRN). Atualmente, sou aluna de doutorado em Física Teórica, no IFSC/USP.

    Por que escolheu uma carreira científica?
    Como sempre estudei em escola pública, quase não tive professor de física. Existe uma carência absurda de professor de física e química no ensino médio de escola pública. Então, durante o primeiro colegial tive um professor de física. No segundo colegial não tive nenhum professor de física... era sempre algum substituto. Mas, normalmente, eles não ministravam aula de física. Fiquei 'frustrada' com isso durante um tempo, e a minha ideia de fazer física, naquela época, era para suprir essa carência.

    Atualmente, a presença das mulheres nos cursos de exatas tem aumentado? O que você vê no seu próprio curso?
    Com base no que acompanho no Instituto, o número de mulheres tem aumentado, mas o número de mulheres que permanecem na Universidade ainda é menor, quando comparado com o número de homens. No meu curso, por exemplo, tem um número pequeno de mulheres.

    Você diria que existe qualquer tipo de segregação ou discriminação de gênero, mesmo que sutis? Se sim, diria que isso pode ocorrer de forma inconsciente?
    Acredito que sim. Às vezes a gente percebe, através de pequenas coisas, que as pessoas ainda têm aquela imagem de que cientista é homem. Acho que isso pode acontecer de forma inconsciente, porque é algo cultural; a mulher já é criada para desenvolver o papel de reprodutora e o homem para desenvolver o papel de dono da casa. Na minha infância, por exemplo, os meninos ganhavam videogame de presente, enquanto as meninas ganhavam bonecas. O estímulo que vai definir quem se interessará pela área da ciência já começa desde cedo. Agora as pessoas estão um pouco mais esclarecidas sobre isto, mas na minha época não era assim.

    Uma carreira acadêmica, contando com graduação, mestrado e doutorado, muitas vezes passa a se estabilizar apenas aos 30 anos. Como você vê o impacto disso pra você? É diferente dependendo do gênero?
    Na questão de gênero, a questão familiar implica bastante. A mulher tem que estar muito bem consolidada para, depois, pensar em ter uma família. Quando um aluno de doutorado tem filho, por exemplo, a vida acadêmica não muda tanto, quanto a da mulher. Mas isso também depende muito da pessoa. É uma questão bem individual... Depende do que a pessoa realmente quer. Será que ela vai querer ter uma família? Talvez ela prefira ficar solteira e se dedicar a outros objetivos.

    Age: 26 years old
    Current course: Doctorate at Theoretical Physics (IFSC/USP)

    Krissia, tell us about your academic experience.
    Between 2009 and 2012, I did Scientific Initiation in the Imaging Process and Pattern Recognition area. In 2011, I graduated in Computational Physics and in 2014, I finished my Master Degree in Science at São Carlos Institute of Physics (IFSC). During my Master, my studies were in the Condensed Matter Physics area, focusing at the Kondo problem and the Numerical Renormalization Group (NRG). Currently, I am a doctorate student in Theoretical Physics at IFSC/USP.

    Why did you choose a scientific career?
    Since I have always studied in public school, I almost never had a physics teacher. There is an absurd shortage of physics and chemistry teachers at high school in public schools. During my freshman’s year I had a physics teacher. At my sophomore’s year, I did not have any physics teacher… it was always a substitute. But usually they did not teach any physics in class. I was frustrated with it for some time, and at that time, my idea of doing physics was to suppress this shortage.

    Currently, has the presence of women in exact sciences been increasing? How do you see it in your own course?
    Regarding what I observe in my Institute, the number of women has been increasing, but the number of women that remain at University is still less than when compared with the number of men. In my course, for example, there is a small number of women.

    Would you say there is any kind of gender segregation or discrimination, even if it is subtle? If yes, would you say it happens unconsciously?
    I believe so. Sometimes we notice through little things that people still have the image that scientist are men. I think that it can happen unconsciously, because it is a cultural matter. Women are raised to develop the reproductive role and men to be the head of the family. During my childhood, for example, boys received videogames as gifts while girls received dolls. The stimulus that defines who will be interested in science starts at an early stage. Now people have more knowledge about this, but back in my time it was not like that.

    An academic career, with graduation, master and doctorate, most of the time stabilizes at 30 years old. How does it impact you? Does it depend on the gender?
    Concerning the gender, the familiar subject matters greatly. The woman has to be well established to think about having a family later. When a doctorate student has a child, for example, his academic life does not change as much as his wife’s. But it also depends on the person. It a very individual circumstance… Depends on what the person actually wants. Will she want to have a family? Maybe she prefers to be alone and dedicate herself to other subjects.

Back to top