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Women in Science

Policy and Practices

Nathália Beretta Tomázio


    Idade:24 anos
    Curso atual: Mestrado em Física Aplicada (IFSC/USP)


    Nathália, conte-nos sobre sua trajetória acadêmica.

    Desde 2013, sou bacharel em Física pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Em 2014, iniciei o mestrado em Física Aplicada, também no IFSC/USP.


    Por que escolheu uma carreira científica?

    Comecei a fazer Iniciação Cientifica (IC) a partir do segundo ano da graduação, no Grupo de Biofotônica do Instituto de Física de São Carlos. Posteriormente, fiz Iniciação no Grupo de Fotônica (IFSC/USP). Gostei bastante das minhas experiências em IC, porque tinha bastante novidade e me sentia com muita autonomia ao tomar decisões... sentia que eu mesma ditava o rumo da pesquisa e sempre descobria coisas novas. Isso era muito estimulante para mim. Na graduação, a experiência adquirida era mais engessada, já que tinha que cumprir determinados protocolos, como fazer provas e entregar trabalhos... Já na Iniciação eu tinha mais liberdade para desenvolver o meu raciocínio, a minha criatividade e os meus próprios interesses.


    Atualmente, a presença das mulheres nos cursos de exatas tem aumentado? O que você vê no seu próprio curso?

    Acho que tem aumentado, mas o progresso tem sido bem lento; há uma boa representatividade de mulheres, mas ainda não estamos no cenário ideal. Não consigo entender porque tradicionalmente se tem menos mulheres em carreiras de exatas. Para mim é muito complicado entender isso. Nos cursos de biológicas e humanas, por exemplo, existe um público bastante heterogêneo e, às vezes, as mulheres são maioria em sala de aula. Então, a gente vem progredindo, mas ainda há essa disparidade na carreira de exatas. Vejo que há a necessidade de colocar esse tema em discussão e estimular as mulheres com exemplos de representatividade feminina em postos importantes, como, por exemplo, a Angela Merkel, que se formou em física. No meu curso, em especial, há no máximo dez meninas, os outros trinta integrantes do curso são homens. Mas não me sinto deslocada nesta área pelo fato de ser mulher.


    Você diria que existe qualquer tipo de segregação ou discriminação de gênero, mesmo que sutis? Se sim, diria que isso pode ocorrer de forma inconsciente?

    A gente vive em um ambiente muito privilegiado, porque as pessoas têm uma formação legal. Em geral, não encaramos o preconceito. Não diretamente. Vejo que, às vezes, há alguns comentários que são de cunho preconceituoso, mas que são feitos de forma inconsciente. No começo do curso, por exemplo, era muito comum ouvir que ao longo do curso as mulheres tornam-se machos. Acho que esse é um comentário que não tem intenção de ser preconceituoso, mas é feito de forma inconsciente. Acho que em nosso cenário, o preconceito é mais sutil; muitas vezes as pessoas fazem esse tipo de comentário sem pensar e refletir. Reconheço que esse cenário não vale para todas as situações... Há muito preconceito que é praticado de forma escancarada. Mas, no IFSC/USP, por exemplo, o preconceito é mais sutil.


    Uma carreira acadêmica, contando com graduação, mestrado e doutorado, muitas vezes passa a se estabilizar apenas aos 30 anos. Como você vê o impacto disso, no seu caso? É diferente, dependendo do gênero?

    No sentido de finalizar a carreira acadêmica, não há muita diferença entre os gêneros. Ambos terminam na faixa dos trinta anos. Mas, vejo que a mulher tem uma responsabilidade maior quando engravida, já que precisa se dividir entre a carreira e a maternidade, em uma idade na qual ela está bastante envolvida com a carreira, porque é nessa época que ela presta concursos, etc. Mas, se a mulher tem uma família compreensiva e que a apóia, esse processo pode ser levado de forma mais tranquila.

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